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Cada vez mais próximos 

A sinergia entre solidez e agilidade conferida pelos ecossistemas digitais desponta como Trunfo para que os bancos públicos não percam a corrida pela excelência de atendimento ao cliente. Confira a opinião de Jorge Krug, diretor de TI e Inovação do Banrisul, sobre esse tema


Jorge Krug
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por obile
Fintechs

O Open Finance teve o seu ponto de partida em um momento marcado por uma  assimetria regulatória que privilegiou startups e fintechs. Mas os bancos não deixaram de reagir a esse cenário e foram ao encontro de soluções. Hoje, temos um quadro mais equilibrado – e o mundo está em conversão. Um dos temas que despontam no horizonte é a computação quântica. Aqui, há um ponto importante relacionado à cibersegurança. Tem muito código sendo entregue. As fintechs oferecem soluções mais rápidas, mas pecam pela fragilidade.  

Os códigos nem sempre são fechados de forma segura, suscitando brechas para crimes virtuais. Já os bancos tradicionais têm uma preocupação maior com esse quesito. Nos próximos anos, a computação quântica poderá ser aplicada de maneira agressiva para elevar essas camadas de segurança. Outro desafio diz respeito ao legado dos sistemas bancários tradicionais, que representam o alicerce do atendimento em agências.  

As instituições bancárias precisarão rever esse aparato e apostar na transformação digital de forma muito rápida. É um processo que passa pelos ecossistemas digitais e por hubs de inovação. A sinergia com as startups traz ganhos para os dois lados, já que as fintechs não entendem de legado. Essa é uma pauta dominada há décadas pelos bancos, numa jornada que passa pela implantação dos caixas eletrônicos e do internet banking.   

O Banrisul tem orientado esse movimento por meio de ações como o BanriHub. Em 2021, aceleramos 30 startups no TecnoPuc (parque tecnológico localizado na PUCRS). O ciclo de 2022 incluiu outras 30 participantes. As classificadas recebem mentoria e suporte de profissionais do mercado. Além disso, três delas foram enviadas ao WebSummit, maior evento de inovação da Europa, realizado em Lisboa. Já o banco ganha muito com essa troca pela forma de trabalho das startups. Antes, gastávamos até dois anos para conduzir um projeto com recursos sistêmicos alojados. Isso mudou. Não devemos fazer projetos, mas MVPs (sigla em inglês para Produto Minimamente Viável). É preciso errar, entender a falha com rapidez e acertar logo em seguida.   

O banco também deve deixar de ser um grande supermercado financeiro que não se preocupa com a necessidade do cliente. As startups trazem um UX muito aderente. Com o Open Finance, quem não fizer essa adaptação vai ficar para trás. Claro que, para um banco público, existem entraves ligados à legislação. A velocidade de contratação não é a mesma do setor privado. Mas não podemos nos prender a esse fator. Precisamos fazer a mesma coisa com o que temos na mão. O timing deve ser o mesmo. Nossos concorrentes não mudaram. Precisamos estar muito próximos dessa disputa.  

Viabilizar isso passa por uma maior integração entre as áreas e foco na tecnologia. No Banrisul, pulamos de quatro para sete unidades dedicadas à tecnologia. Somos, cada vez mais, um banco digital levando o mundo digital ao público. E sem perder a estabilidade, o que é fundamental. O trabalho também inclui a formação interna, editais e manutenção de clientes. Não podemos ter medo de terceirizar, de firmar parcerias e agregar recursos. A ordem é acelerar sempre.  

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