A cultura de uma empresa é o conjunto dos seus valores, convicções e práticas – exatamente como em uma sociedade. Além de ditar o clima e a forma de trabalho, ela influencia o crescimento dos negócios e a satisfação dos clientes e colaboradores. A Bem entende a necessidade de construir uma cultura organizacional forte. Ainda em 2019, a empresa iniciou o desenvolvimento de um Culture Book, livro que reúne os pilares culturais e o propósito do negócio.
O Culture Book é a materialização de tudo o que diferencia e personaliza a Bem. Para mapear essas características, a empresa contou com a expertise do estúdio Design Cultural, uma consultoria que apoia organizações na busca pela sua identidade e na consolidação da cultura interna. “O design oferece as ferramentas ideais para facilitar essa transformação, tornando-a mais visual e intuitiva”, diz Maikel Rosa, fundador do estúdio.
A modelagem de uma nova cultura parte do coletivo. Assim, o método do Design Cultural envolveu todos os colaboradores da Bem em três macroetapas: diagnóstico, codificação e multiplicação. A primeira fase foi de observação e análise. “Conversamos com os diretores para entender a visão de negócio e objetivos de curto e longo prazo. Depois, partimos para os grupos focais”, explica Rosa. Esses núcleos foram compostos por colaboradores de diferentes áreas, garantindo uma abordagem abrangente. “Organizamos pesquisas quantitativas e qualitativas, com o intuito de assegurar um alinhamento das propostas à visão da maioria do grupo”, conta Bruno Fronza, diretor administrativo e financeiro da Bem. O engajamento foi expressivo: cerca de 80% da equipe respondeu ao questionário e contribuiu ativamente com a criação do Culture Book, consolidando o caráter orgânico da ação.
A partir dessas informações, os líderes da Bem e a Design Cultural definiram o novo propósito e os pilares culturais que traduzem o seu jeito de ser. “Estabelecemos seis prioridades (quadro ao lado) sintonizadas com o que valorizamos e com o Planejamento Estratégico”, diz Fronza. Também foi definido o propósito, que reafirma uma visão conhecida por todos na Bem: transformar oportunidades em realizações.
É preciso fomentar
Em março de 2020, a Bem apresentou aos colaboradores os resultados do trabalho em um evento interno de lançamento do Culture Book, comandado por Maikel Rosa. A partir daí, inciou-se a etapa final, cujo foco é a multiplicação da cultura. “O Culture Book contém a expressão máxima da cultura organizacional, mas são as pessoas quem têm o poder de adotar ou não as novas práticas”, afirma Rosa. Ele reforça que a assimilação de uma ideia ou comportamento acontece de forma muito mais simples e ágil quando há um incentivador na equação – e é esse o papel dos Agentes do Bem. Escolhidos pelo seu perfil comunicativo e influente, os Agentes do Bem são colaboradores de diferentes setores que assumiram o compromisso de disseminar as novas práticas culturais entre as equipes. Para tanto, receberam orientações da empresa e passaram por um treinamento de seis meses, coordenado pela Design Cultural. “Com os agentes, trabalhamos em um modelo 3P: propósito, pilar e prática. Eles estão prontos para responder a situações complexas de maneira alinhada à cultura da Bem”, diz Rosa.
A pandemia tornou-se um desafio para a consolidação das novas práticas culturais da Bem, devido à mudança no perfil de interação entre os colaboradores e na própria adaptação do time às mudanças pretendidas. “De surpresa, perdemos a oportunidade de enxergar minúcias comportamentais. No online, vemos opiniões e contribuições, mas não o trato entre colegas “, pondera Fronza. Mesmo nesse cenário, os resultados da iniciativa são evidentes. “Até a migração para o universo virtual exige uma cultura forte. Não há como ter sucesso nessa adaptação sem saber o que a empresa espera. Nós conseguimos isso, e é um bom indicativo”, complementa.
Mas os benefícios do fortalecimento cultural vão além dessa boa capacidade de adaptação. Segundo Fronza, contar com valores e propósitos bem definidos faz com que as equipes se sintam incluídas e empoderadas. Isso tem um impacto direto na elevaço do nível das entregas. Em 2014, a Universidade de Standford avaliou o impacto da cultura organizacional no desempenho das companhias do Vale do Silício. As empresas que conseguiram desenhar o seu jeito de ser tiveram aumento de receita, crescimento no valor das ações e expansão do quadro de funcionários. Investir nas pessoas e na humanização do mercado, afinal, é a melhor estratégia.
6 pilares do jeito Bem
Escolhidos após diversas etapas de pesquisa, Os pilares culturais sintetizam o que é importante para a Bem Promotora e para os seus colaboradores.
1 – Pessoas felizes e bem acolhidas: valorização do bem-estar e da liberdade.
2 – Cooperação para entregar bem: construção de relações positivas e harmônicas.
3 – Tecnologia para bem atender: foco na tecnologia para garantir eficiência
4 – Objetivos bem claros para todos: transparência nas metas e estratégias.
5 – Bem dedicados aos resultados: otimização das entregas e melhorias constantes.
6 – Seriedade é o nosso maior bem: priorização da ética nas rotinas de trabalho.
Publicado na 2ª edição da Revista 20/30. Baixe a versão digital aqui.